Consumo de sal: de conservante a condimento
Fonte: Departamento de Alimentação e Nutrição do INSA
Os cuidados com a alimentação devem estar sempre presentes, embora alguns deles possam representar um desafio extra em alturas em que a alimentação praticada não seja a ideal ou que não corresponda aos hábitos alimentares estabelecidos na rotina.
Assim, hoje o foco recai sobre o sal, um ingrediente alimentar que tem um consumo excessivo pela população mundial, uma situação em que Portugal não é uma exceção.
Embora hoje a sua principal função seja a de condimento usado para realçar o sabor dos alimentos, o sal teve uma importância fulcral na história da humanidade, sendo utilizado como conservante até meados do século XX. No entanto, alguns alimentos, por hábitos culturais e preferências culinárias, continuam a ser conservados através da técnica de salga, como é o caso do tradicional bacalhau. O sal que utilizamos em alimentação é, em termos da sua composição química, cloreto de sódio. Adicionado a alguns alimentos, mas quando se consulta a declaração nutricional dos produtos pré-embalados, é contabilizado também o total de sódio presente nos alimentos, quer tenha sido adicionado, quer esteja naturalmente presente. Para facilidade de compreensão da informação nutricional por parte do consumidor, este valor de sódio é convertido e apresentado sob a forma de sal. O consumo excessivo é geralmente associado à hipertensão arterial e à doença cerebrovascular - 1 em cada 4 portugueses sofre de hipertensão arterial e 1 em cada 10 de diabetes. Recomenda-se que a ingestão individual diária de sal não ultrapasse 5 g/dia. Para além do que usa como condimento deve estar também atento ao sal naturalmente presente nos alimentos que adquire, adicionado no processamento ou naturalmente presente. As conservas, produtos processados (como alguns cereais de pequeno almoço, bolachas e batatas fritas) e "petiscos" podem ser ricos em sal. Mas existe também uma grande variedade de produtos que estão disponíveis numa versão com teor reduzido de sal, pelo que a redução do consumo de sal está nas suas mãos, através das escolhas baseadas na leitura atenta dos rótulos e na utilização de pouco sal na confeção dos seus próprios alimentos. Lembre-se de que um alimento pode ser rico em sal sem parecer salgado ao paladar.